Born Free…(com sample de “ghost rider” de suicide) Tô meio chocada até agora com as imagens de Born Free, novo clipe da M.I.A., que sem dúvida achei muito pesado para o que ela tem feito agora. O clipe é realmente muito pesado, tem uma cena de sexo no começo, mas o que realmente espanta é a violência, muita, mais muita violência. O clipe já foi retirado do You Tube por que a política deles não permite conteúdo pornográfico ou violento. Não sei se é pelo lado rebelde dela de ter como pai um dos líderes dos Tigres da Libertação do Sri Lanka, ou simplesmente por querer mostrar os abusos da autoridade, que ela tenha feito um clipe tão brutal, com soldados atirando na cabeça de crianças e garotos sendo explodidos com minas, mas acho que ela deu uma exagerada, com certeza, mas acredito que esse tenha sido seu objetivo, chocar pela brutalidade. O clipe tem 9 minutos, é bem grande, e bem marcante, e tem como objetivo um manifesto político talvez, foi produzido por Romain Gavras, que produziu o clipe do J.U.S.T.I.C.E., “Stress“, igualmente comentado, por também trazer cenas de violêcia, e se prepara para lançar o filme “Redheads”, que aborda o mesmo tema de Born Free.
O clipe traz soldados, em uma missão militar, que estão pegando garotos ruivos, no começo eles estão procurando um garoto em um prédio e entram derrubando tudo até achá-lo, depois os levam a um lugar deserto, onde começam a matá-los. As cenas são meio fortes. As cenas são bem fortes. Dá para se perceber que o clipe aborda o tema da discriminação, só que as avessas, ao qual nesse caso é o homem branco ocidental que sofre como vítima. E então, será que M.I.A. foi longe demais?
Se você não aguenta ver cenas de violência, ou for menor de 18, é melhor não ver, bem, recado dado.
Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.
E para terminar, vou deixar aqui esse trecho que diz tudo o que não consegui, mas quis dizer nesse post. Ele é da autoria de Alexandre Matias, Trabalho Sujo.
Sob um verniz quase didático de publicidade-choque Benetton há uma série de paralelos desagradáveis sobre o mundo que vivemos hoje em dia. Não é só o regime militar que maltrata a vida de gente por etnia nem uma Swat americana que faz às vezes de SS ao mesmo tempo que de exército israelense ou polícia de terceiro mundo, com crianças terroristas que poderiam ser palestinas, brasileiras ou irlandesas. É também uma tentativa de fazer a cultura pop voltar a ser crítica, política, militante – e desagradável. Em nove minutos Mia e Romain pulverizam a importância de “Telephone” de Lady Gaga, tornam todo o cinema político do século 21 obsoleto e destratam todo entretenimento cultural como coluna social.